Por: Mariana Vieira
Corrimento vaginal patológico ou fisiológico?: Tudo o que você precisa saber!
É normal que as mulheres tenham corrimento fisiológico, principalmente quando estão perto do período de ovulação, o que pode deixar dúvidas sobre quando a secreção vaginal pode ser um sinal de alerta. Pensando nisso, preparei esse artigo pra te explicar tudo sobre o assunto.
O corrimento fisiológico ou muco cervical, é uma secreção produzida no colo do útero que apresenta transformações características ao longo do ciclo menstrual, devido à ação hormonal que acontece no corpo da mulher.
O aspecto desse muco cervical, que é fisiológico, apresenta-se como esbranquiçado, turvo e pegajoso na fase pré-ovulatória e na fase ovulatória, vai se tornando elástico e lubrificante, semelhante à clara de ovo. Não está acompanhado de odor, prurido ou lesões.
Quais são as causas de corrimento vaginal anormal?
O corrimento vaginal patológico pode ser causado por diversos fatores:
Vaginose bacteriana: decorrente do desequilíbrio da microbiota vaginal, sendo causada pelo crescimento excessivo de bactérias anaeróbias, como a G. vaginalis.
Candidíase vulvovaginal: causada por fungo, Candida spp. (geralmente C. albicans e C. glabrata);
Tricomoníase: causada por T. vaginalis.
As causas não infecciosas do corrimento vaginal incluem: material mucoide fisiológico, vaginite inflamatória descamativa, vaginite atrófica (mulheres na pós-menopausa), presença de corpo estranho, entre outros.
Como diferenciar o corrimento de cada doença?
É importante lembrar que todo e qualquer sintoma, a mulher deve buscar atendimento com profissional capacitado para realizar diagnóstico clínico.
Vaginose bacteriana: secreção acinzentada, aderente às paredes vaginais, acompanhada de odor fétido.
Candidíase: secreção esbranquiçada e grumosa, aderente às paredes vaginais e ao colo, acompanhada de coceira intensa (prurido), dor genital durante das relações sexuais e edema na região da vulva. Na candidíase não há presença de cheiro.
Tricomoníase: secreção amarelo-esverdeada bolhosa e fétida, cheiro semelhante ao peixe podre, acompanhada de coceira, edema na região da vulva.
Como evitar corrimento vaginal?
Para evitar doenças e infecções que causam corrimento vaginal, alguns cuidados podem ser realizado pela mulher, mas é sempre bom lembrar que é importante realizar uma consulta com profissional para ume melhor orientação com base nos achados clínicos.
Realizar prática de sexo seguro, com preservativo masculino ou feminino, pois a tricomoníase é uma infecção sexualmente transmissíveis.
Realizar higiene íntima somente na região da vulva, não necessitando de higienização na vagina;
Realizar higiene genital com papel higiênico na direção certa, ou seja: da vulva para o ânus e não ao contrário;
Utilizar calcinhas de algodão;
Não permanecer com roupa de banho molhada por muito tempo;
Não permanecer de calça apertada por muito tempo;
Manter exames em dia;
Existe tratamento para corrimento vaginal?
O tratamento é baseado na eliminação na doença que causa o corrimento vaginal, portanto o tratamento varia de acordo com a condição apresentada. É importante que a paciente busque ajuda profissional assim que perceber os sintomas.
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Referência:
FELTRIN, Aline Fiori dos Santos et al. Integralidade no processo de cuidar em enfermagem na saúde da mulher. Editora SAGAH, 2021.
Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis. Secretária de Vigilância em Saúde, Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. 2015.
PASSOS, Eduardo Pandolfi et al. Rotinas em ginecologia 8. ed. Artmed, 2023.
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