Por: Mariana Vieira
Sífilis tem cura? Quais são os sintomas da sífilis? Sífilis pode causar morte?
A maioria das pessoas com sífilis podem ser assintomáticas e quando apresentam sinais e sintomas, não os percebem, podendo transmitir a infecção aos seus parceiros sexuais, por falta de atenção. Quando não tratada, a sífilis pode evoluir para formas mais graves, comprometendo especialmente os sistemas nervoso e cardiovascular.
A sífilis é uma infecção bacteriana curável e exclusiva do ser humano. É causada pelo agente etiológico Treponema Pallidum e sua transmissão se dá por contato sexual, entretanto, a infecção também pode ser transmitida para o feto durante a gestação de uma mulher com sífilis não tratada ou tratada de forma inadequada. Quando a infecção não é tratada, evolui para estágios de gravidade variada, podendo acometer diversos órgãos e sistemas do corpo.
Segundo o Ministério da Saúde (2023), no Brasil, em 2021, foram registrados mais de 167 mil novos casos de sífilis adquirida e 74 mil casos em gestantes. No mesmo ano, outras 27 mil ocorrências de sífilis congênita foram diagnosticadas, além de 192 óbitos por esse tipo de sífilis.
Sintomas da sífilis:
A sífilis manifesta-se inicialmente com uma ferida (cancro duro) nos órgãos sexuais e com ínguas (caroços) nas virilhas, que surgem entre a 2ª ou 3ª semana após a relação sexual desprotegida com pessoa infectada. Estas feridas não doem e não coçam.
Após um certo tempo, a ferida desaparece sozinha, sem deixar cicatriz, o que pode dar a falsa impressão de ter sido curado. Essa fase é chamada de fase latente. Entretanto, se não for tratada, pode surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive nas palmas das mãos e solas dos pés), queda de cabelos, cegueira, doença do coração, paralisias. Caso ocorra em grávidas, poderá causar aborto/natimorto ou má formação do feto.
Sífilis primária:
Cancro duro (úlcera genital);
Linfonodos regionais;
Sífilis secundária:
Lesões cutâneo-mucosas (roséola, placas mucosas, sifílides papulosas, sifílides palmoplantares, condiloma plano, alopecia em clareira, madarose, rouquidão);
Micropoliadenopatia (presença de linfonodos ou gânglios superficiais aumentados em número e tamanho);
Linfadenopatia generalizada (é o aumento do tamanho dos gânglios linfáticos)
Quadros neurológicos, oculares, hepáticos;
Fase latente:
Assintomática;
Sífilis terciária:
Cutâneas: lesões gomosas e nodulares, de caráter destrutivo;
Ósseas: periostite, osteíte gomosa ou esclerosante, artrites, sinovites e nódulos justa-articulares;
Cardiovasculares: estenose de coronárias, aortite e aneurisma da aorta, especialmente da porção torácica;
Neurológicas: meningite, gomas do cérebro ou da medula, atrofia do nervo óptico, lesão do sétimo par craniano, manifestações psiquiátricas, tabes dorsalis e quadros demenciais como o da paralisia geral;
Transmissão
A sífilis pode ser passada de uma pessoa infectada para outra, por meio de relações sexuais desprotegidas (sem preservativos), através de transfusão de sangue contaminado (que hoje em dia é muito raro em razão do controle do sangue doado), e durante a gestação e o parto (de mãe infectada para o bebê).
A taxa de transmissão da gestante para o feto é de 80%, o que requer atenção da gestante e dos profissionais de saúde durante o pré-natal. O acometimento fetal provoca entre 30% e 50% de morte intraútero, parto pré-termo ou morte neonatal.
Como é feito o testes da sífilis?
O teste rápido para sífilis é ofertado gratuitamente nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). O resultado sai em, no máximo, 30 minutos.
Sífilis tem cura?
Sim. A sífilis é uma infecção curável. A benzilpenicilina benzatina é o medicamento de escolha para o tratamento de sífilis, sendo a única droga com eficácia documentada durante a gestação. Não há evidências de resistência de T. pallidum à penicilina no Brasil e no mundo. Os pacientes devem evitar ter relação sexual até que o seu tratamento (e do parceiro com a doença) se complete. A gestante deve realizar controle mensal de cura.
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Referências:
Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. – Brasília. 2022. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_atecao_integral_ist.pdf
Ministério da Saúde. Sífilis: entre janeiro e junho de 2022, Brasil registrou mais de 122 mil novos casos da doença. 2023.Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/fevereiro/sifilis-entre-janeiro-e-junho-de-2022-brasil-registrou-mais-de-122-mil-novos-casos-da-doenca#:~:text=CARNAVAL%20SEGURO-,S%C3%ADfilis%3A%20entre%20janeiro%20e%20junho%20de%202022%2C%20Brasil%20registrou%20mais,mil%20novos%20casos%20da%20doen%C3%A7a&text=Em%202021%2C%20foram%20registrados%20no,74%20mil%20casos%20em%20gestantes.
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